segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Apresentação de Angélica Gasparotto

Há muito tempo tenho interesse pela história do cinema – que me lembre, desde os onze anos – e, no segundo grau, aos quinze anos, comecei a me animar com a criação de roteiros, sendo que, depois, já na Universidade, entrei na parte técnica da criação de filmes, dando uma pincelada em criação de personagens em animação 3D nos últimos dois anos.

Mas, quando vejo um filme pronto, quando escuto um amigo falar que terminou um filme, seja em 3D, um documentário ou uma ficção, de forma independente, numa empresa ou lá no Departamento de Comunicação da UnB, pergunto-me para onde vai esse filme. O trabalho que escolhi fazer na Monografia ao fim da graduação foi um Microtesauro em Cinema, exatamente porque listar aqueles filmes me deu a segurança de que isso faria com que esses pedaços de memória não ficassem perdidos. É o trabalho que algumas pesquisadoras da Bahia – entre elas, Laura Bezerra – fazem agora pelo mesmo motivo: uma lista dos filmes para montar um catálogo. Pesquisando pessoas da área, encontrei o nome de Rafael de Luna, professor da Universidade Federal Fluminense e graduado em Cinema pela mesma Universidade. Além de cineasta, interessa-se pelo fim que levam os filmes e pelos arquivos fílmicos e cinematecas; hoje ele é coordenador da Comissão Executiva da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA).

Em comum com essas pessoas eu tenho a paixão pelo cinema e a preocupação em preservar acervos audiovisuais; por isso resolvi tentar o Mestrado e acabei de ingressar, com um projeto que já sonhava em fazer há muito tempo: a análise de como vem sendo preservado o acervo fílmico no Distrito Federal.

Em 2008 fiquei sabendo de um grupo de pesquisa interessado neste assunto, no então Departamento de Ciência da Informação, desde que assisti a uma palestra do cineasta Vladimir Carvalho, onde estava a professora Miriam, que comentou sobre a importância da preservação do material audiovisual para a conservação da memória histórica.

Desde então penso neste projeto, por causa dessa manifestação de voz tão baixinha que se fazia contra a destruição do patrimônio. O Grupo IMI tem uma importância enorme por defender a ideia de preservação da memória em filmes e fotografias, o que é também função do profissional da informação.

Desde pequena e em muitas viagens que fiz me perguntei o porquê de nosso país ter sua memória perdida em vários aspectos, começando pela falta de interesse em conservar o patrimônio histórico, e notei, com o passar dos anos, o quanto isso é grave, principalmente em países mais novos como o nosso, onde há preocupação em construir sempre o novo, destruindo o que é antigo. Este processo ocorre desde as construções até as produções do país. Fato ainda pior que observei foi que na Europa é possível encontrar uma construção de dois mil anos; contudo, o problema da má conservação de filmes parece ser tão grande como aqui.

Bom, para terminar, espero partilhar aqui, com pessoas interessadas nos assuntos relacionados ao audiovisual, a pesquisa que vou começar agora.

Abraços,

Angélica Gasparotto

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