Apresentação de Liliane Bernardes Carneiro

Ainda muito jovem eu já sabia que seria professora e, aos 16 anos, concluí o Curso de Magistério, hoje ensino médio. Fiz Pedagogia para atuar na educação infantil, mas, como professora da Secretaria da Educação do Distrito Federal, atendendo à solicitação do Administrador da cidade de Ceilândia, fui colaborar na implantação de uma biblioteca pública.

Com o trabalho concluído e a biblioteca em pleno funcionamento, percebi que estava apaixonada por essa área e só me restava seguir em frente. Bom, para isso foi preciso fazer vários cursos técnicos, estar ao lado de bibliotecários, participar de seminários e congressos sobre leitura e estar envolvida com as políticas públicas – essa talvez a mais árdua tarefa.

Depois, vi nascer outras bibliotecas, embrenhei pelo mundo dos livros e da literatura, coordenei por alguns anos atividades na Feira do Livro de Brasília, escrevi e executei projetos de leitura, acompanhei a construção da Biblioteca Nacional de Brasília, na qual trabalhei por um tempo. Portanto, não teve outro jeito: no meio do caminho foi preciso aprender um pouco mais e o Mestrado foi direcionado para a Ciência da Informação.

Ainda como aluna especial, uma disciplina me chamou a atenção: Leitura de Imagens: Recepção, Decupagem e Produção de Sentidos. Na verdade, fui atraída pela palavra “leitura”, mas não foi difícil me deixar fascinar pela imagem. Conheci, então, a professora Miriam Manini e fui apresentada ao Alberto Manguel por meio do livro Lendo Imagens.

Foi um diálogo intenso que fiz com o Manguel e percebi, aos poucos, a complexidade da leitura de uma imagem, que, na percepção deste autor “(...) existe no espaço que ocupa, independente do tempo que reservamos para contemplá-la”. Bom, a culpa foi da Miriam! Assim ela me incentivou a escrever sobre a leitura de imagens na literatura infantil, tema da minha Dissertação de Mestrado.

Foram 15 anos dedicados às bibliotecas e, para quem não acreditava em volta, hoje estou em sala de aula, na sala de recursos para alunos com altas habilidades/superdotação, na Faculdade UPIS (União Pioneira de Integração Social – Faculdades Integradas). A partir das experiências com os meus alunos pretendo me dedicar à pesquisa da influência da imagem no pensamento criativo e, quem sabe, abraçar o Doutorado!

Um abraço a todos(as),
Liliane