sábado, 17 de julho de 2010
Postagem de Larissa Falcomer sobre o livro de Rouillé
O livro de André Rouillé A fotografia; entre documento e arte contemporânea está divido em três partes: transição, fronteira e fusão. A primeira, "Entre documento e expressão", refere-se à fotografia simplesmente utilitária, como ela foi considerada durante muito tempo. A segunda parte, "Entre fotografia e Arte", delimita e explora as relações entre fotografia e arte e, na terceira parte, "A arte-fotografia", trata dos desafios estéticos da fotografia-material, da transição da fotografia, de seu antigo status de ferramenta para o de material da arte contemporânea.
Porém, apesar de abordar a fotografia sob três perspectivas diferentes, afirma que, em resumo, a prática e as produções fotográficas migraram do restrito território útil para o da cultura e da arte. Com essa proposta, Rouillé direciona o olhar do leitor também à apreciação das fotografias pelo que são em si.
No entanto, o autor afirma que:
[...] a fotografia não é um documento, mas somente está provida de um valor documental, variável segundo as circunstâncias. E essa é a razão pela qual tal valor documental, após ter conhecido níveis muito elevados na fase próspera da sociedade industrial, declina junto com ela; é a razão pela qual a perda da hegemonia da “fotografia-documento” abre caminho para outras práticas, até então marginalizadas ou embrionárias, sobretudo para a “fotografia-expressão”. (p. 19)
Considero esse um ponto de partida interessante para uma discussão. Ao afirmar que a fotografia não é documento, o autor vai contra a posição da Arquivologia em relação ao tema, já que esta engloba a fotografia como documento do gênero iconográfico/imagético, e define documento de arquivo como aquele que, produzido e/ou recebido por uma instituição pública ou privada, no exercício de suas atividades, constitua elemento de prova ou de informação. Concordo que esse caráter documental depende de circunstâncias, porém, não apenas o documento fotográfico está passível desta contestação, mas o demais documentos, os que se pode chamar de convencionais. Quanto à afirmação de que a fotografia como documento declinou junto com a sociedade industrial, não concordo, já que esse instrumento de documentação dos fatos nunca foi tão presente nas sociedades como agora.
ROUILLÉ, André. A fotografia; entre documento e arte contemporânea. São Paulo: SENAC, 2009.
Porém, apesar de abordar a fotografia sob três perspectivas diferentes, afirma que, em resumo, a prática e as produções fotográficas migraram do restrito território útil para o da cultura e da arte. Com essa proposta, Rouillé direciona o olhar do leitor também à apreciação das fotografias pelo que são em si.
No entanto, o autor afirma que:
[...] a fotografia não é um documento, mas somente está provida de um valor documental, variável segundo as circunstâncias. E essa é a razão pela qual tal valor documental, após ter conhecido níveis muito elevados na fase próspera da sociedade industrial, declina junto com ela; é a razão pela qual a perda da hegemonia da “fotografia-documento” abre caminho para outras práticas, até então marginalizadas ou embrionárias, sobretudo para a “fotografia-expressão”. (p. 19)
Considero esse um ponto de partida interessante para uma discussão. Ao afirmar que a fotografia não é documento, o autor vai contra a posição da Arquivologia em relação ao tema, já que esta engloba a fotografia como documento do gênero iconográfico/imagético, e define documento de arquivo como aquele que, produzido e/ou recebido por uma instituição pública ou privada, no exercício de suas atividades, constitua elemento de prova ou de informação. Concordo que esse caráter documental depende de circunstâncias, porém, não apenas o documento fotográfico está passível desta contestação, mas o demais documentos, os que se pode chamar de convencionais. Quanto à afirmação de que a fotografia como documento declinou junto com a sociedade industrial, não concordo, já que esse instrumento de documentação dos fatos nunca foi tão presente nas sociedades como agora.
ROUILLÉ, André. A fotografia; entre documento e arte contemporânea. São Paulo: SENAC, 2009.
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