segunda-feira, 19 de julho de 2010

Anotações sobre o Rouillé

Larissa e Colegas,
lendo a Nota da Edição Brasileira (p. 7) do livro: ROUILLÉ, André. A fotografia; entre documento e arte contemporânea. SP: SENAC, 2009, faço algumas considerações.

Se a fotografia cria o real, deve-se ter muito cuidado com a fotografia como documento, por motivos óbvios!...

Seria útil trabalhar o verdadeiro na fotografia, de modo a estabelecer um paralelo com a fotografia digital, manipulação e adulteração. Uma outra pesquisa interessante seria pensar a questão ideológica da "criação" de verdades (o referente e a verdade fotográfica).

"Desde suas origens, a fotografia sempre carregou, até a segunda metade dos anos 1970, um caráter documental, mas a partir de então vários estudiosos revêem esta concepção, baseados na idéia de que 'entre o real e a imagem se interpõe uma série infinita de outras imagens, invisíveis porém operantes'. É justamente esse 'invisível' que vai determinar outro modo de conceber a fotografia: ela passará a ser vista como fotografia-expressão." (ROUILLÉ, 2009, p. 7)

Por isso é importante a Dimensão Expressiva na Análise Documentária de Imagens.

A Dimensão Expressiva de uma fotografia é algo ligado à forma da imagem – que se encontra em justaposição ao seu conteúdo informacional. Os métodos tradicionais de indexação de imagens preocupam-se com a recuperação baseada no conteúdo. Há a necessidade, entretanto, de se considerar também a recuperação da informação visual baseada na forma.

A importância de considerar a Dimensão Expressiva na análise documentária de fotografias está no fato de que o ponto decisivo de escolha de uma imagem (a partir de um conjunto, fornecido num sistema de recuperação de informações visuais) pode estar justamente na forma como a mensagem imagética foi construída para transmitir determinado conteúdo informacional.

Em outras palavras, o sistema oferece um sem-número de fotografias com determinado conteúdo informacional e o que vai presidir a escolha de uma ou mais fotografia(s) pelo usuário é a sua Dimensão Expressiva.

O que constrói ou dá vida à Dimensão Expressiva é a técnica fotográfica utilizada na produção da fotografia: aqui temos um caso evidente de produção interferindo na recepção.

Em suma: a Dimensão Expressiva vem se justapor ao conteúdo informacional, geralmente funcionando como um filtro na busca de imagens. Dificilmente alguém busca uma imagem porque esteja enquadrada em plano americano, por exemplo, mas busca a imagem de Fulano em plano americano (e, portanto, não a imagem de Fulano em close...).

E então? Que mais se habilita a discutir o Rouillé?

Abraços e boa semana a todos(as),

Miriam

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